mulher com óculos de realidade virtual

Coisa de mulher: a tecnologia precisa de representatividade feminina

Se você for mulher, sabe o quanto é necessário ter coragem em qualquer carreira que escolher, tanto profissional quanto acadêmica. Agora, se optar por seguir na área tecnológica é possível que os obstáculos exijam mais ainda da sua determinação.

Estamos falando de um mercado que se destaca pelo seu crescimento exponencial, com boas ofertas de empregos e grandes investimentos, porém não se manifesta tão receptivo quando se trata de representatividade.

Um breve cenário

Ao que tudo indica, em um futuro próximo, pelo menos 90% dos cargos devem requisitar alguma habilidade com as tecnologias. As estatísticas apontam que estes recursos se tornam, cada vez mais, indispensáveis dentro das empresas:

Mas, indo um pouco além, trabalhar ou criar uma empresa neste segmento não é uma tarefa fácil e tão promissora para elas como poderia ser. Hoje, a cada 10 profissionais de carreiras em tecnologia e engenharia, apenas 3 são mulheres.

Começando pelos estereótipos

Camila Achutti, CEO da Mastertech, sintetiza bem as razões dessa desproporção. Para ela, o “estereótipo deste profissional é muito arraigado ao homem extremamente analítico – um gênio – e isso, de alguma maneira, acaba afastando as mulheres dessa relação com a área”.

Precisamos compreender que este perfil é uma construção puramente social. Desde a infância, as crianças são condicionadas às atividades determinadas pelo gênero. Em geral, a sociedade estimula o desenvolvimento espacial e numérico dos garotos, enquanto as garotas “brincam de casinha”.

Camila ainda reforça que “o STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática – sigla em inglês) precisa aparecer como matéria de escola, pois assim a gente consegue desconstruir alguns estereótipos e vieses. Isso pode aumentar muito o interesse da mulher, onde ela se reconhece capaz de fazer aquilo”.

Representatividade

Vanessa Camargo, professora da UniRV e pesquisadora em Realidade Virtual e Aumentada, acredita que a representatividade deve ser um dos principais agentes para mudar este cenário. “Existem vários cases de sucesso de mulheres empreendedoras e programadoras que estão conquistando o seu espaço. Elas precisam ter voz e se tornarem inspiração para outras estudarem e empreenderem no mercado de tecnologia”.

Neste ponto, as políticas empresariais de inclusão podem contribuir positivamente. Mulheres em cargos de liderança, impulsionam outras. Programas de incentivo à pesquisa como bolsa-auxílio e premiações, também têm despertado a ambição delas nesta área. Vanessa comenta que “para criar um mercado que não seja estruturado para homens, é necessário formar as competências e equiparar com as mulheres”.

Elas correspondem à metade da população mundial. Por isso, assim como garantir oportunidades às mulheres que já estão no mercado de trabalho ou entrando nele, é primordial que se planeje o futuro das próximas gerações de meninas. Como você acredita que podemos contribuir para um mercado de trabalho tecnológico mais igualitário?

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