Como definir quanto um funcionário custa para a empresa?

Definir quanto um funcionário custa para a empresa é essencial para uma boa gestão financeira do negócio. Mas se engana quem acredita que basta saber o salário da equipe para definir o tamanho do gasto. Na verdade, na conta de custo por profissional entram diversos fatores que vão desde os impostos devidos até a sindicalização (ou não) do empregado, além de benefícios com o vale-refeição.

Neste post, listamos todos os gastos com os quais sua empresa deve lidar para contratar um funcionário. Confira!

Salário

Os salários são definidos de forma livre entre patrão e empregado em uma negociação que leva em consideração uma série de fatores — que vão desde o cargo a ser ocupado até a escolarização do funcionário.

O importante é nunca pagar abaixo do salário mínimo e lembrar que alguns estados têm mínimos regionais. Além disso, algumas categorias estabelecem um piso a ser pago. Para seguirmos com este post, vamos usar o exemplo de um trabalhador cujo salário é de mil reais por mês.

13º

O 13º salário é um direito do trabalhador proveniente da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), legislação que regula as relações entre patrões e empregados no Brasil. É um salário adicional, proporcional ao tempo trabalhado durante o período. Assim, se um trabalhador atuou por 6 meses em 2015, receberá metade do seu salário habitual.

Para nosso exemplo, vamos considerar que o trabalhador atuou o ano inteiro e, portanto, tem direito a um 13º de mil reais. Por fim, lembramos que, por mais que a data possa ser negociada entre as partes, o 13º geralmente é pago no fim do ano.

Férias

Também prevista na CLT, as férias devem ser concedidas anualmente, com todo trabalhador tendo direito a 30 dias de descanso. Durante esse período, o empregador deve fazer o pagamento do salário habitual do funcionário, incluindo ainda um acréscimo de ⅓ dessa remuneração. No exemplo que estamos usando, em seu mês de férias, o trabalhador receberá 1.000 + 333 = 1.333 reais

Vale-transporte

O vale-transporte é o valor recebido para que o trabalhador vá da sua casa até a empresa onde atua. Esse custo varia de cidade para cidade, de acordo com a situação das tarifas de transporte público da região. O total usado para esse fim pode ser descontado do salário do empregado até uma porcentagem máxima de 6%.

Assim, no nosso exemplo, até 60 reais poderiam ser descontados do salário do trabalhador para esse benefício. Qualquer montante acima disso é de responsabilidade da empresa. Dessa forma, se ele precisa de 200 reais mensais para arcar com seu transporte, 140 reais entram nos custos do empreendimento.

Vale-refeição

O valor da refeição não é um direito previsto na CLT. No entanto, existem diversos acordos de classes, sindicatos ou entre patrões e empregados que preveem esse benefício. Mais uma vez, estamos falando de um valor que varia bastante até mesmo de bairro para bairro.

A dica, assim, é fazer uma pesquisa em restaurantes próximos ao local de trabalho para estabelecer uma média diária. Supondo que essa média seja de 12 reais e considerando 20 dias trabalhados por mês, tem-se um custo de 240 reais mensais com vale-refeição.

FGTS

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é uma espécie de seguro para o trabalhador caso ele precise enfrentar uma eventualidade. Esse fundo é formado pelos depósitos realizados pela própria empresa contratante em uma conta específica da Caixa Econômica em nome do empregado.

Cabe ao empregador, portanto, depositar por lá o correspondente a 8% do salário do seu empregado mensalmente. No nosso exemplo, portanto, estamos falando de 80 reais mensais. Ressaltando que esse valor oscila quando o trabalhador recebe seu 13º ou o correspondente às férias, mas sempre respeitando a proporção de 8%.

INSS

Outra responsabilidade da empresa consiste em fazer o devido depósito na previdência social para que o trabalhador tenha acesso a direitos como pensão por morte, salário-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria.

Embora o funcionário também arque com essa despesa, vamos focar no custo da empresa, que, nesse caso, fica nos 20%. Como nosso exemplo é de um salário de mil reais, estamos falando em 200 reais mensais diretamente para o INSS.

Outros

Embora já tenhamos abordado as principais despesas com os funcionários, existem diversos outros custos que podem incidir sobre o caixa de uma empresa. Empreendimentos que usam Lucro Presumido ou Lucro Real, por exemplo, devem fazer um pagamento relativo à 5,8% do salário para financiar o sistema S: SENAI, SESI, SESC, SEBRAE. No nosso exemplo, são 58 reais mensais.

Além disso, a empresa também pode oferecer alguns benefícios que vão desde planos de saúde, passando pela participação em lucros e subsídios acadêmicos, como bolsas em MBAs, até cesta básica — valor que varia de estado para estado.

Também devem entrar na conta gastos com atividades diretamente ligadas à empresa — como treinamentos, especialmente os que contam com consultoria externa. Como geram custos, devem ser avaliados funcionário por funcionário.

Outro fator a ser levado em conta são as viagens corporativas, que impactam no pagamento de transporte, hospedagem e alimentação, superando os custos rotineiros. Mas, mesmo que seja exceção, essa despesa não pode ficar de fora da sua conta.

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Total

Chegou a hora de fazermos as contas de quanto, em média, um funcionário custa para a empresa por mês. Vamos levar em conta os seguintes valores, todos em reais:

  • Salário: 1.000;
  • 13º: 83,33 (valor diluído em 12 meses);
  • Adicional de férias: 27,75 (valor também diluído em 12 meses);
  • Vale-transporte: 160;
  • Vale-refeição: 240;
  • FGTS: 80;
  • INSS: 200;
  • Plano de saúde: 50;
  • Viagens corporativas e treinamentos: 50.

Somando todos esses valores, chegamos ao total de 1.891,08, o que significa que, no nosso exemplo, a empresa teria um adicional de cerca de 90% sobre o salário como custo por funcionário. Esse exemplo não vale para todos os casos e os custos podem variar, mas já demonstra que pagar o salário não basta para contratar um funcionário.

 

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