Falar cinco línguas, dominar a tecnologia e ter especializações na área em que atua. Todas essas são as chamadas hard skills, mas no entanto o futuro exigirá cada vez mais as habilidades soft skills (habilidades sensíveis), que estão relacionadas muito mais ao fator humano, comportamental e empático.
De acordo com a Harvard Business Review, essa é uma habilidade entre os líderes mais fortes do momento e foi um dos temas do painel da Welcome Tomorrow 2019 (WTW), o maior evento sobre o futuro já realizado no Brasil. Confira mais a seguir:
O autoconhecimento e as softs skills
O autoconhecimento é um ponto importante para desenvolver soft skills e com ele os líderes conseguem também conhecer melhor suas equipes. De forma simples, Flávio Tavares, fundador do evento Welcome Tomorrow, explica no painel sobre o tema, no qual foi mediador, com um exemplo cotidiano.
“Entender as habilidades também é um processo de autoconhecimento. Uma tia minha reclama das mesmas coisas há 10 anos. Temos que entender quem somos, o impacto que nós temos, para entender as nossas habilidades” explicou Tavares no painel.
Também integraram o painel Roberta Lingnau de Oliveira da Cheesecake Labs, Maira Habimorad, headhunter e ex-CEO Cia de Talentos, e Alfredo Zucca, sócio-diretor da ASBZ.
As softs skills de fato não dependem de diplomas e tê-las pode fazer a diferença para liderar a equipe ou para obter melhores resultados. Entre as principais estão:
- Empatia;
- Ética;
- Pensamento crítico;
- Trabalho em equipe;
- Comunicação;
- Criatividade;
“Criatividade é um ato de coragem”
Sem sombra de dúvida a criatividade, além de ser uma soft skill que faz toda diferença no dia a dia, é uma habilidade que não pode faltar no futuro. Para a headhunter Maira, essa habilidade vai além e é um verdadeiro ato de coragem.
“As coisas são como elas são, mas alguém disse em algum momento ‘vamos fazer diferente?’. Mudar dá muito trabalho. O comportamento e a empatia para entender o outro também são habilidades do futuro”, ela explica.
Há dois anos, Habimorad pediu demissão para trabalhar na área acadêmica e parte do processo é construir competências socioemocionais frente a uma escola de negócios. “Uma das formações de competências que essa escola entrega é a autonomia. Precisamos ser cada vez mais autônomos e o futuro exige isso” comentou Maira sobre a o desenvolvimento dessas habilidades nos jovens.
O jovem no mercado de trabalho
Para Maira, o jovem vem ao mercado de trabalho ainda como um adolescente crescido e é um grande desafio transformá-lo em um jovem adulto com competências básicas de autonomia.
Já para Zucca, os novos profissionais encontram muitas dificuldades ainda no período de formação. “Recebemos os jovens no escritório não mais com o papel de complementar a formação, mas, sim, de formar”, exclama.
Ele também defende um ambiente no escritório que segue menos políticas empresariais e foca mais no combinado entre a liderança e a equipe, a fim de encontrar boas soluções para todos.
Roberta pontua que empoderar um jovem no mercado de trabalho é trabalhar em cima de exponenciais e não apenas melhorar o que já existe. E lembra que trabalhar em cima de combinados no dia a dia pode trazer um verdadeiro senso de pertencimento a esses profissionais.
O mediador do painel, Flávio Tavares, questionou Zucca sobre o clima comum das advocacias e trouxe ao debate uma matéria que falava sobre ansiolíticos nos escritórios de advocacia.
Zucca lembrou que é um cenário comum encontrar escritórios sem horários de saída e sem horário de almoço. Além dos danos à saúde do colaborador, também pode ser um problema às chamadas soft skills. “O ‘eu corporativo’ ainda é muito agressivo às habilidades sensíveis”, lembrou ele.
E completa: “Não temos uma gestão horizontal, mas diminuímos sensivelmente a questão da ansiedade nos colaboradores, trazendo uma gestão compartilhada. Ainda é um grande desafio”.
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